quarta-feira, 3 de dezembro de 2008



Na ultima reunião tínhamos discutido alguns pontos de vistas estéticos. O Paulo colocou sua preocupação com o roteiro, alegava que ele não temclaro a apresentação dos personagens. Eu falei que convidaria o Fernando Marés para a equipe para que possamos discutir o assunto, mas até agora não consegui fazê-lo. Outra preocupação do Paulo era a de manter o grupo de discussões e decisões aberto a toda equipe pela experiência que ele teve em outra produção, onde na hora da captação confundia-se as delimitações das funções, é dizer tudo mundo apitava e o processo ficava lento e as vezes muito tenso.

Ainda assim defendo o estudo de grupo, já que essa é nossa forma de produção, e acredito que nos primeiros trabalhos ainda devemos ter alguns desacertos, mas como a projeção é fazer vários trabalhos com o decorrer das coisas acredito que vamos acertando os ponteiros. O que desejamos é que como todos os processos da CIA DO ABRAÇÃO, cada membro da equipe saiba exatamente o que esta fazendo e do que esta falando e ainda tenha a oportunidade de se colocar. E quanto antes melhor. É dizer que se chegamos ao Set de Gravações com o assunto e as questões estéticos, artísticos e técnicos, suficientemente discutidos, teremos menos riscos de diletar em posturas egoicas e diferenças intransigíveis. Ainda que tenha uma equipe de coordenação da direção, defendo a criação coletiva, o nosso jeito grupal de fazer as coisas, e me pergunto. POR QUE NÃO FAZER CINEMA TAMBÉM ASSIM?

Numa discussão com o Betto Carminatti, ele me colocou que criação coletiva é uma forma de esconder-se para não assumir limitações ou falta de assinatura artística. Pelo contrario acho que há que estar seguro para dar lugar a voz dos outros. Vejo como uma pequena comunidade que quer ainda ser comunidade e ter voz como coletivo, sem a exaltação nem a mistificação do gênio individual. Eu tentarei e vejo que vários colegas já estão neste barco, tentando dinamizar os motores. A desculpa já temos, agora é hora de nos colocarmos e fazer andar a manivela. Talvez a gente comece lento mas podemos ir longe.

Não deixamos marcado outra reunião. Podemos marcar?