terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Desde o início deste processo, para muitos, como eu, completamente iniciantes na arte do cinema, tudo foi uma descoberta impressionante. Do número de pessoas envolvidas, todas ao mesmo tempo e no mesmo espaço, até o "tudo muito": muita organização, muita concentração, muita energia, muita disposição, muita paciência, muito sono, mais disposição, muitas vozes, olhos, mãos e , claro, braços e abraços.


Nosso trem pegou velocidade e transportou-nos para mundos novos, novos rumos, rumos oníricos de nossa realidade. Nosso tema nos tirava da ludicidade da criação artística e nos devolvia à realidade. Nossas gravações externas, na rua, no Parolin, nas lixeiras, no trânsito, colocava-nos na realidade dura destes personagens cotidianos, os catadores de lixo, os carrinheiros. Sinto estar sendo um pouco redundante em minhas definições, porém redundância, seja na arte, na ficção ou na realidade, era constante nos sentimentos expostos nos rostos e nas palavras de todos que vivenciaram esta experiência. Referindo-se ao cotidiano de nossos personagens reais: "Que vida dura!" Sobre nosso trabalho: "Que sonho!" ou ainda, "Que canseira!" Estivemos no limite da realidade e da fantasia, do sonho e do despertar de nossa profissão e do que ela nos põe de frente.





Hoje, com muito do trabalho concluído, as gravações finalizadas, o cenário, o set, postos abaixo e encaminhados para as lixeiras, para aqueles de que falamos, estamos em fase de pós produção, edição de imagem e de som, mais criação e recriação. O trem continua com força e a todo vapor.






Em breve, mais sobre esta viagem transoceanocontinental de mundos reais e oníricos. Como diria a nossa Rita: "Pegue carona neste trem ao mundo onírico do Abração".

Estamos aí e "Lá vai o Trem"!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

HÁ QUANTAS ANDA NOSSO TREM

Toda a equipe de criação esteve eu um galpão de separação de lixo reciclável, no Jardim Botânico, durante duas horas, trabalhando junto ao pessoal especializado. A proposta de reprodução deste ambiente dentro da Sala Simone Pontes na Sede da Cia do Abração tornou-se um desafio que já está em fase de conclusão. Em breve estará exposto aqui o resultado deste trabalho estético que envolveu mais de 20 profissionais.
As gravações iniciam-se em 1° de fevereiro com cenas externas na cidade de Curitiba e dentro do set montado minuciosamente no referido local.
Ainda estão acontecendo várias reuniões de roteiro, finalização de cenário, figurinos e ensaios para as filmagens.
A bola da vez é a busca pela produção de alimentos para a época das filmagens e a liberação dos direitos autorais de Villa Lobos e Edu Lobo para a música "O Trenzinho do Caipira".
Contudo, tudo corre muito bem, enquanto corremos com tudo. E "Lá vai o Trem!"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008



Na ultima reunião tínhamos discutido alguns pontos de vistas estéticos. O Paulo colocou sua preocupação com o roteiro, alegava que ele não temclaro a apresentação dos personagens. Eu falei que convidaria o Fernando Marés para a equipe para que possamos discutir o assunto, mas até agora não consegui fazê-lo. Outra preocupação do Paulo era a de manter o grupo de discussões e decisões aberto a toda equipe pela experiência que ele teve em outra produção, onde na hora da captação confundia-se as delimitações das funções, é dizer tudo mundo apitava e o processo ficava lento e as vezes muito tenso.

Ainda assim defendo o estudo de grupo, já que essa é nossa forma de produção, e acredito que nos primeiros trabalhos ainda devemos ter alguns desacertos, mas como a projeção é fazer vários trabalhos com o decorrer das coisas acredito que vamos acertando os ponteiros. O que desejamos é que como todos os processos da CIA DO ABRAÇÃO, cada membro da equipe saiba exatamente o que esta fazendo e do que esta falando e ainda tenha a oportunidade de se colocar. E quanto antes melhor. É dizer que se chegamos ao Set de Gravações com o assunto e as questões estéticos, artísticos e técnicos, suficientemente discutidos, teremos menos riscos de diletar em posturas egoicas e diferenças intransigíveis. Ainda que tenha uma equipe de coordenação da direção, defendo a criação coletiva, o nosso jeito grupal de fazer as coisas, e me pergunto. POR QUE NÃO FAZER CINEMA TAMBÉM ASSIM?

Numa discussão com o Betto Carminatti, ele me colocou que criação coletiva é uma forma de esconder-se para não assumir limitações ou falta de assinatura artística. Pelo contrario acho que há que estar seguro para dar lugar a voz dos outros. Vejo como uma pequena comunidade que quer ainda ser comunidade e ter voz como coletivo, sem a exaltação nem a mistificação do gênio individual. Eu tentarei e vejo que vários colegas já estão neste barco, tentando dinamizar os motores. A desculpa já temos, agora é hora de nos colocarmos e fazer andar a manivela. Talvez a gente comece lento mas podemos ir longe.

Não deixamos marcado outra reunião. Podemos marcar?